sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Esquecimento

Devo confessar que havia esquecido completamente da existência deste blog. Esqueci até mesmo estas palavras que havia escrito.
Não que as ache estranhas, longe disso. Reconheço minha fala a cada vírgula. Mas já escrevi tantos textos que ficaram perdidos por aí, que este acabou sendo só mais um. Uma perda virtual desta vez. (estranho pensar no jogo entre real e virtual e perceber que a perda não pode ser real, mesmo que o sentimento que impulsionou as palavras o fosse... nunca me dei bem com estas discussões, mas acho muito engraçado esse mundo virtual.. mas outra hora escrevo a este respeito de verdade)

Bem, pretendo me reconciliar com este meio de comunicação, mesmo que ele não sirva a uma comunicação de fato, uma vez que escrevo um nada endereçado a absolutamente ninguém.
Mas me utilizarei desta facilidade tecnológica, vou lembrar mais vezes de escrever minhas palavras chatas e lamurientas (essa palavra existe? o.O) aqui no mundo virtual, e não mais nos papéis que, além de ecologicamente incorretos, se perdem com mais facilidade das minhas mãos.
Vai que alguém leia um dia... Vai que os nomes suprimidos algum dia vejam as palavras que gritam os seus nomes, não é mesmo?... vai saber...

Só sei que hoje é um dia estranho. Quase emo, eu diria. Fiquei de guarda num prédio vazio, ouvindo músicas e vendo porcarias na internet que cansaram algumas vezes... e de repente lembrei de pessoas. Lembrei de fatos que me fizeram procurar por pessoas.

É engraçado tudo o que se consegue descobrir nesta tal de internet. É tão fácil descobrir detalhes da vida de pessoas que nunca me foram apresentadas. Pessoas que nem mesmo cheguei a ver na minha vida. E entendo como se pode enlouquecer no mundo das idéias, como já acompanhei acontecer, sabendo tanto do mundo real, mas interagindo tão pouco com ele.
Esse mundo é bem estranho.

Mais estranho ainda é ver que eu sou exatamente igual... igual ao já foi (e a eterna dúvida: será?) e talvez ainda mais igual ao que está vindo. Envolvi-me da mesma forma, derreti-me da mesma forma, deixei-me levar exatamente da mesma forma.
Acho que vemos os mesmos seriados americanos de mais e os mesmos filmes de mais, estamos comendo de mais, estamos morrendo de mais e reclamando de mais.
Estamos nos entristecendo de mais e entrando em euforias quaisquer só pra fugir e esquecer.

Esquecer o que?
Ninguém sabe exatamente... mas tem algo a ver com o vazio... com a pressa, com a mesmice do dia-a-dia. Tem um quê de não se sentir confortável na própria pele. Tem também algo de querer lembrar... lembrar de algum sentido, alguma direção. Mas ao mesmo tempo "sabendo" o quanto é idiotice seguir qualquer ideal.

O que eu sei é que estou cansando de toda essa fuga do nada para o além metafísico da minha imaginação, e que está na hora de resolver problemas.
Um livrinho me deu uma certa inspiração e tá na hora de arregaçar as mangas.