quarta-feira, 30 de junho de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010

To nadando, nadando, nadando.. nadando... nadando..... naadando..... na... dannnndo...

naa... dann... do...


na...


dan...


do...



Sei lá, mas se pá dessa vez eu não to vendo a praia...



segunda-feira, 14 de junho de 2010

e mais uma vez

eu estou parada, olhando a chaminé e me perguntando: "será?".

Espero não acreditar em qualquer cara de vermelho por aí, mas juro que por mais que doa às vezes dá vontade de colar uma barbinha num socialista qualquer e esquecer tudo de novo...

Transitivo do impacto da paixão à primeira vista

Há dias que o transito instintivo
em um não-piscar fica assim: definitivo.

Num momento o alternar entre o escuro,
e claro demais... noutro o inferno o céu, inseguro.

Esparramado escorre mais um corpo no degrau,
dor e lamúria de um desastre nacional.

Um, dois, três passantes
logo logo sirenes incessantes.

Mas sei que passaram mais, e esse não vi,
último em memória e primeiro suspiro na UTI

Não há um dia sem ser atormentado
por haver sido atropelado.

Porque vi você, que não sorriu.
E o vidro do meu coração então se partiu.



Fonte: Hoje meu eu acordou meio lírico

quinta-feira, 10 de junho de 2010

as rodas rodam

Minha pele, pelos e cabelos...
Meus panos, meus couros, minhas contas...
Minhas listras, meus brilhos, meus pretos...

meu, meu, meu,
eu, eu, eu.

E assim roda a roda do milhão.
E assim tudo vai rodando e rolando
morro abaixo.

Pior que quando chegamos no fundo,
cavocamos ainda mais.

Porque não basta estar no lodo,
tem descer pelo rastro redondo rumo ao ralo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

alergia

Tem coisa que tenho que deixar escrita em algum lugar. Pra isso serve este espaço, né?
Eu sei que não vai fazer sentido pra ninguém mais, mas que se dane.

Outro dia eu estava andando com um cara. Andando mesmo, não é continho, escrita torta, nem nada disso. Eu estava com esse cara de verdade, mais especificamente num ponto de ônibus, quase em frente ao supermercado perto de casa.

Bem, conversa vai e conversa vem, de repente o sujeito me diz o seguinte: "Queria te perguntar uma coisa, você é alérgica a felicidade?"

eu: "Ahn?!"
ele: "É, alérgica a felicidade, você é?"
eu: "Bem... eu a-acho que não... não sei.. o que você quer dizer com isso?"
ele: "Se você não é alérgica a felicidade, então toma aqui um presente"

Ele me deu um chocolate. Daqueles meio amargos, com castanhas. Eu (e acho que mais umas três ou quatro pessoas por perto) fiquei ali parada, estranhando aquela maneira dele de me presentear e sem saber o que dizer.

ele: "Sabe, para mim esse é o melhor chocolate que existe. Ele me lembra um pouco a vida, na verdade... é amargo, mas é doce... mais doce que amargo... e você come, come, come, mas ainda assim não enjoa no final"

E terminou dando um sorriso engraçado. Sabia que estava falando uma coisa estranha de se ouvir num ponto de ônibus à noite. Sabia que eu poderia ir embora achando que ele era maluco e nunca mais aparecer. Mas, sinceramente, nem se importou. Já sequer olhava pra mim, aliás.
Eu ri. Achei graça naquele jeito de falar. Agradeci o presente e disse que, de fato, aquilo fazia algum sentido.

O ônibus chegou, então demos um abraço e ele foi embora. Eu voltei andando pra casa.
Ainda rindo da situação, deixei o chocolate pra mais tarde e pensei até em retribuir o presente.
Infelizmente não nos vimos direito depois. Muitos afazeres. Mas vez por outra eu lembro da cara dele de nem aí enquanto falava. Acho que talvez ele não queira nenhuma retribuição. Só queria mesmo compartilhar alguma coisa.

Uma amiga disse que as pessoas sentem uma estranha liberdade do meu lado. Que me dizem coisas malucas e se sentem livres para serem um pouco loucos. Disse que isso não acontece tanto com os outros, só com alguns, e que se pá isso não é ruim, mas normal é que não é.

Eu gosto disso. Gosto de ouvir estas frases do nada. O dia fica melhor, mais engraçado. E como posso reclamar quando acabo, além de rindo, ganhando um chocolate?
xD