segunda-feira, 19 de julho de 2010

dois vãos

Dois vãos se fazem na superfície há muito não vista.
Superfície plana, superfície lisa, superfície estagnada.
Com toda a calma aparente, com toda a alma do ambiente,
Dois vãos se fazem na superfície extremista.

Ebriedade contumaz que pinga incessantemente pelo vão da cá,
Frenesi delirante que escorre pelo vão de lá.
Herdado desprezo que retorce a superfície daqui,
Inexpressiva sinuosidade que transfigura qualquer coisa acolá.

Pode em vulgar engano transparecer indistinção,
Embair que se trata de mais uma chicanista.
Fazendo troça de quem para ela olhar,
Se deixando mostrar apenas aquela imagem porrista.

Mas fique certo de que turva é somente em aparência,
Falta a luz certa, o sol no alto e alguém que entenda a terra.
O nome do jogo é quietude, é atenção.
Aquele relevo não busca nada, mas ainda assim, espera.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Mais um do e-mail...

Esqueci a senha do meu Blog...
Vê se pode uma coisa dessas. Eu sou cada vez mais dependente do meu computador. Atenção: não estou dependente de um computador, com se fosse qualquer um, estou dependente do MEU computador. Um só e bem específico, com vida útil já pelas últimas, mas ainda com tudo que me interessa lá gravadinho. Que lástima.
 
Percebi isso quando de repente estou em outro lugar, outro pc e nada meu aqui. Nenhuma foto, nenhum dos meus mil arquivos, nada dos meus programas, nem filmes e seriados... Niente!
 
Primeiro pensamento: "Merda, esse pc não tem nada que eu quero, como vou mexer na internet se nem minha senha tá gravada aqui??"
Segundo pensamento: "Ai que absurdo. Ser completamente dependente de uma droga dessas"
 
Fiquei, como diria um ilustre (cada vez mais des)conhecido, contemplativa. Imaginando como seria se a tecnologia de fato fosse inutilizada por um momento. Toda ela.
Ano passado, quando quase o país inteiro apagou de repente, já deu pra ver a confusão dos infernos que foi. Quero ver quando der uma pane no sistema todo. n"O Sistema".
Vai ser um pandemônio... Caos vai ter que criar uns filhos novos, porque Gaia vai sucumbir e levar Urano junto... Talvez sobre Tártaro... talvez sobre SÓ Tártaro.
o.O
 
E tudo isso por conta de uma mísera senha de um blog idiota... Bem, isso, um pouco de imaginação e tempo livre.
hehehe
=p

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Monochrome

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Dominique Ané & Yann Tiersen


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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mboi'y

Por tudo o que era para ser seu e não foi
Por todas as coisas que nunca foram suas simplesmente porque nunca poderiam ter sido de ninguém.
É o bicho, é a água, é o mar.
Aan, xé sy.
Xe pó. Ndé pó. Ore pó.

Não tem como possuir. Como ter?
‘Ybityra já não entenderia. Tampouco eu.

Todos estão no mesmo limbo, cercado do ruído vuvuzeleante de um acontecimento qualquer. Cegos o suficiente pra chamar de seu o que não se pode pertencer.

Esse é o erro do mundo, achar que se pode ser dono de tudo. Ou melhor, achar que se pode ser dono.

Mas pelo contrário, ‘Ybityra quer mais é ser. Verbo tão natural que se estranha à fala.
O que fica é a pergunta: como ser se peró só quer mesmo é saber de ter.

Nada faz sentido entre os karaíbas, e por isso abá se esconde.
Gosta de ybyra, de kapir.
Katupyry!