sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mboi'y

Por tudo o que era para ser seu e não foi
Por todas as coisas que nunca foram suas simplesmente porque nunca poderiam ter sido de ninguém.
É o bicho, é a água, é o mar.
Aan, xé sy.
Xe pó. Ndé pó. Ore pó.

Não tem como possuir. Como ter?
‘Ybityra já não entenderia. Tampouco eu.

Todos estão no mesmo limbo, cercado do ruído vuvuzeleante de um acontecimento qualquer. Cegos o suficiente pra chamar de seu o que não se pode pertencer.

Esse é o erro do mundo, achar que se pode ser dono de tudo. Ou melhor, achar que se pode ser dono.

Mas pelo contrário, ‘Ybityra quer mais é ser. Verbo tão natural que se estranha à fala.
O que fica é a pergunta: como ser se peró só quer mesmo é saber de ter.

Nada faz sentido entre os karaíbas, e por isso abá se esconde.
Gosta de ybyra, de kapir.
Katupyry!

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