segunda-feira, 19 de julho de 2010

dois vãos

Dois vãos se fazem na superfície há muito não vista.
Superfície plana, superfície lisa, superfície estagnada.
Com toda a calma aparente, com toda a alma do ambiente,
Dois vãos se fazem na superfície extremista.

Ebriedade contumaz que pinga incessantemente pelo vão da cá,
Frenesi delirante que escorre pelo vão de lá.
Herdado desprezo que retorce a superfície daqui,
Inexpressiva sinuosidade que transfigura qualquer coisa acolá.

Pode em vulgar engano transparecer indistinção,
Embair que se trata de mais uma chicanista.
Fazendo troça de quem para ela olhar,
Se deixando mostrar apenas aquela imagem porrista.

Mas fique certo de que turva é somente em aparência,
Falta a luz certa, o sol no alto e alguém que entenda a terra.
O nome do jogo é quietude, é atenção.
Aquele relevo não busca nada, mas ainda assim, espera.

2 comentários:

  1. Olá!

    Inicialmente pensei no cérebro... mas superfície lisa e plana não combina com ele. Depois pensei em personalidades ou ego e superego, faz mais sentido... de qualquer forma está dentro e o "nome do jogo é atenção", o jogo deve ser perigoso!

    Enfim não consegui evoluir mto mais na interpretação, mas gostei das construções com as palavras mais difíceis! Vc é advogada?

    Bejo!

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  2. Pois então, este escrito é propositalmente aberto.

    A sua visão é realmente boa: a pesar de não ter pensado em ego ou superego, sou estudante de psicologia. hehehe

    Não vou dizer aqui em que exatamente eu estava pensando, para não contaminar outras visões, caso alguém mais leia. Mas o que você escreveu está no caminho certo.
    É algo que está dentro [resta saber dentro de que(m)] e o jogo é sim perigoso...

    Não sou advogada, não! hahaha
    Só gostei dessas palavras juntas.

    Beijo!

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