sábado, 11 de dezembro de 2010

caminho

Viu a casinha, ali no meio do caminho.
Percebeu que ela também o vira.
Simples, bela, quase bucólica.
Estava lá, parada, naquilo que parecia ser um quadro.

O menino ficou encantado.
Era tudo tão familiar, tão claro.
Pensou em ir até lá e, meio que sem nem ver, foi.
E no caminho percebeu que havia algo maior.

Lá na frente havia um morro.
Era tão belo, tão exótico, tão diferente.
Encantou-o, como encanta quase todos os viajantes.
E o menino já não piscava muito.

Ficou pensando se era de verdade,
ficou admirando aquela grandeza toda.
Se sentiu tão pequeno, inebriado.
Tão tentado a se apropriar daquela beleza.

O céu tão azul contrastando, as cores tão vivas,
magnitude tal que ficava difícil ver tudo ao mesmo tempo!
E foi andando para lá.

E andava e andava, olhando sempre aquele horizonte belo,
imaginando como seria quando lá chegasse.
Crendo que aquele era o paraíso,
e sabendo que era o que ele queria.

Mas o caminho era longo.
O menino persistia, mas o cansaço vencia a cada passo.
Até que uma hora não pôde mais,
e se abrigou numa sombra, ainda entretido com a visão.

Começou a olhar ao redor,
percebeu de repente que conhecia aquele lugar.
Aquele mato, aquelas flores...

Sim! De tanto andar, chegou naquele teto,
Esquecera, como pôde?
Da casinha tão batida,
Daquele colo tão terno.

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