terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Me engano-te

Uso de toda a incerteza
Dando voltas sem fim
Num ritual de pura beleza
Que sei só ser bom pra mim

Escondo minha ansiedade
E falo muito sem dizer nada
Com muita propriedade
Do concreto faço almofada

Só para dar na sua cara
E depois te acarinhar de novo
Numa demonstração bem clara
De tudo que quebro e absorvo

Finjo não haver mágoa
Uso de todos os meus artifícios
Dou nó em pingo d’água
Me engano em meu benefício

Às vezes até imagino
Como pode soar risível
Aos ouvidos de um menino
Que é assim tão sensível

Mas saiba que se engano
Não é por outro motivo
Que não o medo mais humano
E talvez o mais nocivo

Não quero seu mal
Nem mesmo seu dó
Mas se torna fatal
Não querer ficar só

2 comentários:

  1. Muito bom!!

    Cada um tem um jeito de "descontar" a carencia, cada um tem um jeito de fazer ficar mais proximo de quem gosta!

    Adorei o seu!

    Bejo!

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  2. Meu, seu.. é mais uma observação geral, digamos.
    Não um caso único, mas uma junção de vários.

    Valeu por sempre me escrever, cara.

    Beijão!

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