domingo, 9 de maio de 2010

não se sabe o que

Uma menina boba, sem perspectivas.. sem muita vontade de nada.
Menina mimada, a chatinha da família. Com seu dinheiro no bolso e seus caracóis de sol esqueceu que o mundo vai além, e muito além.
Amou, sofreu, esteve entregue... e dessa entrega algo mais germinou. Mais que a velha vontade de fugir e a velha certeza de que não é.

A menina teve que crescer... mãe, tenho medo... pai, vergonha.
Vida, luta. Choro, desespero... pensamentos turvos. Sinestesia.

Valores invertidos são difíceis pra qualquer um. Dor, sangue, mais dor. Choro.
Dessa vez era alegria. Era medo. Era destino. Era sina.
Veio o branco. As flores e mais tantos choros.

Veio o vazio. Depois de tanta força e de todo o século, a menina sucumbe. Reergue-se algumas vezes, mas olha ainda praquele ponto esquecido em alguma parte do passado.. antes de toda a dúvida e todo o caos.
Mas tudo mudou tanto... será que algo existia antes disso? será que era só uma idéia? será que havia alguém? Ou era só efeito efêmero de algum entorpecente dos jardins?

E hoje? As dúvidas são tantas, a menina pensa. E pensa tanto que esquece de viver. De agir. Por vezes nem come.
Fica parada olhando pro nada. Olhando pra alguma coisa que nem sabe o que.

E essa menina sou eu. Essa menina é você. Essa menina pode ser qualquer um. Bastam as condições que se deram. Basta um gênio um pouco assim como o nosso. Basta observar.
Mas a menina agradece. Outra menina sempre foi sua força. Seu dia-a-dia. Seu grande amor. Aprendeu a esquecer, mas sabe que está lá.
E chora de novo, enquanto sorri.

2 comentários:

  1. Todo ponto equilibrado do passado engana mais do que somos capazes de admitir. O "problema", acho eu, é a capacidade que desenvolvemos de se importar com eles por mais de meia hora. :)

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